segunda-feira, 27 de julho de 2009

PERCURSO DOS CAVALEIROS 2007

Texto de
Vânia Camargo

Postagem Ilda Otoni

Tarde chuvosa de 27 de Dezembro de 2007, a fazenda Baúzinho de Terezinha e Irineu Camargo novamente será palco de mais uma reunião das famílias Camargo/Otoni, que se reúnem para a saída da VI Cavalgada dos Camargos. Ali na sede da Fazenda Bauzinho se encontram nessa noite antigos e novos participantes, todos com grande expectativa, pois cada jornada tem suas particularidades que emocionam e marcam os momentos de interação entre os familiares.
O trajeto a ser percorrido será de aproximadamente 70 Km em duas marchas, saindo da Fazenda Bauzinho, município de Cassilândia -MS e chegando na Fazenda Fazendinha de Dna. Titã e Sr. Roldão Camargo, no Sucuriú, município de Chapadão do Sul –MS.
Terezinha e Irineu receberam além dos cavaleiros a família de Aurides Camargo, que neste ano prestigiou a saída realizando assim antigo sonho, ela que vivenciou na sua infância e adolescência a cultura que agora seus descendentes resgatam. O reencontro dos participantes motivou animado bate-papo, contando causos e relembrando a jornada do ano anterior.
A manhã da saída foi movimentada, os cavaleiros se preparando com seus animais, buscando a forma mais confortável de enfrentar o estradão repleto de poeira e sol.
A comitiva largou com sessenta e um cavaleiros, alguns iniciantes iam eufóricos para a primeira experiência no lombo do e arredio animal que também ao seu modo buscava conhecer o seu companheiro de jornada. Convictos de que os alforjes supridos com alimentos seria a garantia do bem estar no longo percurso, os aventureiros de primeira viagem como; Ilda Otoni de Camargo e seu filho Enio, Nilma Camargo, Rogério Teodoro e a família Celso Camargo rumaram para o desconhecido na certeza de que fome não passariam.
O almoço algumas horas mais tarde foi à sombra de um Ingazeiro às margens da estrada onde já se notava os primeiros sinais de cansaço de alguns dos corajosos, como a animada Lane Márcia que anunciou ali a sua desistência optando pela cabine refrigerada de sua luxuosa camioneta. Literalmente, ficou a cruz ali mesmo.
A jornada deste primeiro dia foi longa e exaustiva, o sol a pino castigava os valentes cavaleiros que seguiam por campos, veredas e antigas estradas da região. A felicidade dessas marchas está em “ encher a hora”, ou seja, jogar conversa fora, simplesmente ir andando, hora ao lado de um hora ao lado de outro, proseando, conhecendo, tocando em frente.
Vitimados pelo calor sufocante do serrado, os viajantes sentiam que a tarde demorava chegar, e o céu já se tingia do vermelho do por do sol quando avistaram aliviados a casa que receberia para o pouso da noite, na fazenda Tigre de Dna. Maria e Sr.Valmor Garcia Leal que os aguardavam na companhia de amigos e familiares dos integrantes da Cavalgada, para a noite que já é considerada por muitos, melhor parte do evento anual.
Cerveja gelada, carne assada, música regional sertaneja com Cidão e seus rapazes e a família reunida deu a química certa para noite animada e baile arrojado na presença de outros da família, como; Olímpia e Pedro Otoni de Camargo, Tita e Roldão, Nicolina e Mário, Vespasiano ( Maninho) e esposa, Celso e Ione, Gregório e Deise, Regina, Fátima, Dédé e Margarida, Pedrinho e Pérola, Anna Helena Gouveia além de amigos que vieram prestigiar.
A madrugada que seria reservada para o merecido repouso dos cavaleiros, foi marcada por acontecimentos que movimentaram o acampamento, tais como o rapto do alfóger da Ilda que recheado de salame, cereais e biscoitos serviram o animado ‘ LUAL’ da pindaíba que durou até a alvorada madrugadeira e atraiu muitos adeptos perdidos na noite para o último gole.
Após o farto café da manha e o serviço de manicure para restaurar e limpar as unhas pintadas durante o sono pesado dos mais embriagados, a comitiva que recebeu a adesão de diversos integrantes que seguiriam dali pra frente para abrilhantar a chegada na casa festeira, e o agradecimento ao casal que hospedou, iniciou-se a segunda marcha que culminaria na tarde no mesmo dia na Fazenda Fazendinha. A coluna seguia animada relembrando a noite alegre e se preparando para a grande festa da noite. Momento especial foi o almoço preparado pela família dos anfitriões às margens do córrego Fazendinha na fazenda Rancho Alegre de Regina e Pedro Camargo. A costela assada, a cachaça, a cerveja gelada o aconchego e o carinho dos que prepararam o momento especial deu a todos, a sensação de estar em casa, a música rolou e estórias fluíram no mais perfeito estilo rural. Ali sentados no chão limpo ou recostados da‘traia do cavalo”, os participantes da VI Cavalgada dos Camargos tiveram seu momento de privacidade. Enquanto isso coisas ou atos eram tramados, como a raspagem dos pelos do rabo das éguas do Flávio e Rogério, fato que ainda não foi desvendado, alguns pensa que é obra do sobre-natural, outros acreditam que é coisa do homem mesmo, ou seja, de dois homens. O fato é que os indefesos animais seguiram o percurso final sem a pelagem dourada que lhes cobriam as partes íntimas.
A última etapa do trajeto seria a mais emocionante. Roldão Camargo aderiu à coluna e tomou a dianteira ao lado do irmão Mário Camargo, filhos, netos e bisneta, já neste momento percorrendo terras de sua propriedade. A chegada em sua sede naquela tarde foi carregada de emoção. Parados a uma pequena distancia aguardavam a anfitriã, Dª. Tita, mulher determinada e corajosa, acostumada com a lida da fazenda veio a cavalo recepcionar e conduzir os cavaleiros para cerimonial da chegada. A família Roldão Camargo mostrou experiência em receber. Preparou a sede antiga repleta de tradições, montando um museu que contava a história de seus moradores desde a juventude, passando pelo casamento e o nascimento dos quatro filhos até os dias atuais.
A banda musical sob a batuta do Cidão, tocou animadamente no final da tarde enquanto eram servidos deliciosos petiscos seguidos de suculento jantar que só foi interrompido para apresentação da emocionante homenagem prestada pela família Nicolina/Mário Camargo ao saudoso Paulo Camargo. No término da referida homenagem foi entregue um lenço personalizado com o nome do homenageado a cada cavaleiro, lenço este que passou a ser parte do traje usado por todos os participantes da cavalgada nos anos seguintes.
Finalizando registramos aqui o sucesso da festa de 2007. Os objetivos foram plenamente alcançados, isso se verificou na animação do baile e na prosa da manhã seguinte quando a família se despedia já se programando para o ano seguinte.

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